Entrevistado:

120.2.C7 - Cleuza Santana de Azevedo

Data da entrevista: 28/05/2009

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Função, Escola, Período

Biografia

A professora Cleuza Santana de Azevedo nasceu na cidade de Encruzilhada, na Bahia. Fez o curso primário em Omenare, norte de Minas Gerais, no grupo escolar Escolas Reunidas de Omenare, e o ginásio no colégio Fernando de Magalhães, na mesma cidade. Cursou, em seguida, o colégio São Francisco, de Teófilo Otoni, também em Minas Gerais, de onde se transferiu para o Instituto de Educação de Goiânia, onde concluiu o curso normal, à época chamado de curso de formação. Foi professora substituta no Grupo Modelo, em Goiânia, lecionando no curso primário. Tendo a família se transferido para Ceres, Goiás, lecionou no ginásio Imaculada Conceição daquela cidade.\r +
Em 1956 fez o curso de suficiência em Goiânia, na área de Desenho, Trabalhos Manuais e Economia Doméstica.\r +
Chegando a Brasília, em 1959, passou a lecionar no Ginásio Brasília, no Núcleo Bandeirante – aulas de Português e aulas de exame de admissão.\r +
Inscreveu-se no primeiro concurso nacional para seleção de professores que viriam atuar na nova capital, foi bem colocada – 24º lugar – mas, por razões administrativas, não foi chamada. Prestou o segundo concurso, logrou novamente aprovação – 33º lugar – e foi lotada na escola-classe número 1, do Núcleo Bandeirante, assumindo a quarta série. Foi vice-diretora e, em seguida, diretora dessa escola, já em 1962.\r +
Em 1963 foi indicada para fazer o curso do PABAEE, em Belo Horizonte, tornando-se orientadora educacional.\r +
Em 1972 graduou-se na Universidade de Brasília – Letras (Língua Portuguesa e Literatura Portuguesa e Brasileira). Passou a dar aula também no ginásio, trabalhando de manhã, de tarde e à noite. Aposentou-se em 1983, mas ainda permaneceu como orientadora e, sucessivamente, encarregada e chefe de núcleo. Fez mestrado nos Estados Unidos.\r +


Áreas de atuação
  • Orientadora Educacional

Resumo

A professora Cleuza Santana de Azevedo inicia o seu depoimento com o relato da peregrinação de seu pai – e de sua família, em consequência – de cidade em cidade, sempre em busca de melhores condições de sobrevivência. E historia as sucessivas mudanças de moradia e, naturalmente, dos estabelecimentos de ensino que frequentou. Fala da morte prematura da mãe e dos reflexos sobre o seu futuro. Fala de sua necessidade de se transferir para outra cidade e outro estado até, dado o desejo de continuar os estudos e ingressar no magistério, oportunidades que sua cidade não oferecia. Fala, ainda, do início do curso normal em Teófilo Otoni, Minas Gerais, e da conclusão do mesmo em Goiânia, Goiás, mais uma vez em função dos deslocamentos familiares.\r + + + +
Concluído o curso normal, relata, torna-se professora substituta em Goiânia. Reporta nova mudança da família, desta vez para o interior de Goiás, onde passa a lecionar no ginásio local. Menciona o curso de suficiência feito em Goiânia, para onde volta, nas áreas então adequadas ao currículo.\r + + + +
Sua vinda para Brasília é precedida de uma visita à futura capital, então em construção, a passeio, ocasião em que seu entusiasmo pelas perspectivas que aqui se vislumbrava foi tão grande que motivou a vinda do pai, que inclusive se antecipou à sua própria vinda.\r + + + +
Relata, a seguir, as circunstâncias de seu ingresso, como docente, no Ginásio Brasília – ainda não ingressara, portanto, no ensino público – e a participação nos dois primeiros concursos nacionais para seleção de professores e implantação do sistema educacional do Distrito Federal. Lembra que, aprovada no primeiro concurso, não foi chamada, por deficiências administrativas de então, e teve que fazer um segundo concurso.\r + + + +
Nesse meio tempo, retrata a cidade em formação, os detalhes, as curiosidades, peculiaridades. Percorre na lembrança as etapas da construção – a praça dos Três Poderes, inclusive o Congresso Nacional, o Eixinho, entre outros. Recorda a festa grandiosa com que se comemorou o aniversário do Presidente da República, com a presença de Fidel Castro e de uma massa incalculável de trabalhadores e população em geral, contando ainda com desfiles escolares. Isto em 1959.\r + + + +
Relata, também, em detalhes, o funcionamento da escola-classe número 1, do Núcleo Bandeirante, onde foi lotada finalmente, após o segundo concurso. Fala dos turnos, do planejamento, etc.\r + + + +
Em seguida, descreve a verdadeira odisseia para obtenção de moradia, afinal conseguida, mas que se encontrava já ocupada – invadida – por uma colega de magistério. Menciona a dificuldade – e, para ela, o constrangimento – que foi desalojar a invasora e tomar posse do imóvel.\r + + + +
Reproduz, também, muito pormenorizadamente, o sacrifício de ordem pessoal que envolveu a realização do curso do PABAEE, em Belo Horizonte, para o qual foi indicada em 1963. Nessa ocasião, conta, deslocou-se com os dois filhos bem pequenos para a capital mineira, ficando em bairro bastante afastado. E o curso exigia dedicação em tempo integral.\r + + + +
Relata, em seguida, a atuação como orientadora educacional credenciada pelo mencionado curso, atuação que se estendeu, posteriormente, às cidades-satélites.\r + + + +
Ainda na descrição de seu trabalho como orientadora, tece considerações sobre as chamadas classes preliminares, incumbidas de enfrentar o problema da repetência escolar, assim como eventuais dificuldades de aprendizagem, mecanismo que depois transformou-se no ensino por etapas e que a entrevistada aborda igualmente com minúcias.\r + + + +
O relato dessas experiências conduz, no curso da entrevista, ao detalhamento dos métodos de alfabetização, com a utilização de cartilhas que se tornaram paradigmáticas na época. Menciona, ainda, a elaboração de um pré-livro como recurso de alfabetização, que inclusive foi testado em algumas turmas mas que nunca chegou a ser impresso.\r + + + +
Por solicitação da entrevistadora, descreve as formas de utilização dos métodos analítico e sintético de alfabetização, expondo suas características.\r + + + +
Menciona, a seguir, a decisão de ampliar os seus conhecimentos com a graduação na UnB, em Letras. \r + + + +
Retornando à escola-classe em que esteve inicialmente lotada – e o faz a pedido do entrevistador – descreve a prática de ensino nas séries daquele estabelecimento, com as professoras fazendo, no turno inverso ao de aulas, o chamado horário complementar. Reporta-se, ainda nesse universo, à composição das turmas e do alunado.\r + + + +
Por último, relata o ingresso na docência do então denominado ginásio, as aulas que passa a ministrar nos três turnos, a aposentadoria, a permanência, ainda por algum tempo, na função de orientadora, e encerra com um depoimento sobre a validade de sua trajetória no magistério e sobre a sua ligação com Brasília.\r + + + +

Local da entrevista: Brasília - DF

Palavras chave

Observação


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