Entrevistado:

120.2.M1 - Maria das Neves Costa Morici

Data da entrevista: 28/09/2001

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Função, Escola, Período

Biografia

A professora Maria das Neves Costa Morici, natural de Ipameri, estado de Goiás, residia em Belo Horizonte onde lecionava no grupo escolar Silviano Brandão, quando decidiu vir para Brasília. Veio com a família – esposo e filhos – em 1958, tendo adquirido um pequeno negócio – bar e restaurante – na denominada Cidade Livre. Lecionou, de início, no Ginásio Brasília, onde, além de uma turma de crianças – segunda série primária – recebeu uma outra, de adultos, para alfabetização.\r +
Em abril de 1959 desligou-se do Ginásio Brasília e ingressou, por concurso, na NOVACAP, iniciando, desta forma, a sua trajetória no ensino público de Brasília. Assumiu uma turma também de segunda série primária na escola pioneira Júlia Kubitschek. Em seguida realizou cursos de aperfeiçoamento – recreação, jogos infantis, orientação para primário, didática para professores primários, recursos audiovisuais de ensino elementar, aperfeiçoamento de linguagem, entre outros. Esses cursos foram realizados já sob a égide da CASEB, à qual ficou pertencendo. Transferiu-se do Júlia Kubitschek para a escola-classe 308. Com a extinção da CASEB, transfere-se para a Fundação Educacional. Foi diretora-substituta na escola-classe 308.\r +
Aposentada por razões de saúde, após duas cirurgias na coluna, criou a Escola Infantil de Arte e Biblioteca Infantil da 304 Sul, em 1973. Frustrada em sua intenção de retornar à sala de aula, por motivo de saúde, passou a alfabetizar em casa e a recuperar alunos das escolas-classe com déficit de aprendizagem. Atuou – onde também se aposentou após nova cirurgia – no segmento bibliotecas. Dedica-se, há muitos anos, a trabalhos sociais junto a comunidades católicas e ao grupo de apoio a familiares e amigos de alcóolicos (ALANON).\r +


Áreas de atuação
  • Alfabetização

Resumo

A entrevistada narra, de início, as circunstâncias de sua vinda para Brasília: a influência sofrida pelo entusiasmo de sua mãe, adoentada e idosa, com a idéia de instalação da nova capital no planalto central; a determinação em vir para se integrar a esse sonho, a esse desafio; a concretização de seu propósito.\r + + + +
Sua presença na área educacional de Brasília inicia-se com a oportunidade de estar à frente de uma turma de crianças e outra de alfabetização de japoneses, no Ginásio Brasília. A partir daí, sua trajetória na educação do DF é contada em detalhes e com rigor cronológico, ao longo da entrevista: o concurso para professores primários promovido pela NOVACAP; a lotação na primeira escola pública de Brasília; a superlotação das salas de aula em razão da falta de professores; a construção das primeiras escolas-classe e escola-parque; os variados cursos de aperfeiçoamento, supervisionados e coordenados pela CASEB; a transferência para a CASEB e, com a extinção desta, para a Fundação Educacional; o ensino em regime de tempo integral e as peculiaridades do sistema educacional implantado com base nas idéias de Anísio Teixeira. Todas as experiências, toda a vivência e todo o ineditismo de ações que contribuíram para a instalação, no novo Distrito Federal, de uma educação de qualidade: todos esses aspectos são relatados pela professora pioneira Maria das Neves. A seguir, dados de ordem pessoal – o bar e restaurante da família; a questão de moradia; as cirurgias na coluna; o afastamento da sala de aula; o conseqüente envolvimento com as bibliotecas, uma vez encerrada a fase de regência de classe; a fundação da biblioteca infantil na 304 Sul; os problemas de saúde ressurgindo e determinando nova aposentadoria; como as aulas particulares cumpriram, em sua trajetória profissional, o papel de ‘resistência a ficar de braços cruzados’; o trabalho voluntário, de cunho social, que julga gratificante. Todos esses são pontos que a entrevistada destaca em seu depoimento, revelando, sobretudo, uma existência movida a desafios e realizações.\r + + + +

Local da entrevista: Brasília - DF

Palavras chave

Observação


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