Entrevistado:

120.2.R1 - Roberto de Araújo Lima

Data da entrevista: 20/10/2003

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Função, Escola, Período

Biografia

O professor Roberto de Araújo Lima já era funcionário do MEC quando resolveu vir para Brasília, em 1960. Veio para o ensino de primeiro e segundo graus – lecionava Matemática. Na verdade, sua atuação direta na educação, aqui em Brasília, se resumiu ao período de 1960 até 1968, na CASEB. Veio por influência do professor Paulo de Almeida Campos, de quem era assistente na cadeira de Administração Educacional na Faculdade Fluminense de Filosofia, o qual, por seu turno, havia trabalhado no planejamento do sistema educacional de Brasília com o professor Anísio Teixeira. O professor Roberto de Araújo também já havia trabalhado com o professor Anísio Teixeira; daí porque o relato do professor Paulo Campos fez com que se decidisse a vir participar daquele projeto educacional.\r +
Com licenciatura em matemática, fez arquitetura na UnB – participou do primeiro vestibular – ao mesmo tempo em que trabalhava na universidade como auxiliar de ensino. Era, nessa ocasião, técnico do Ministério da Educação.\r +
Foi designado, em 1961, para montar um ginásio em Taguatinga, na antiga Escola Industrial de Taguatinga – EIT. Em seguida, recebeu a incumbência de montar um ginásio noturno no Núcleo Bandeirante. No final de 1963 transferiu-se para o colégio Setor Leste.\r +
Em 1964 iniciou uma nova experiência: o ginásio moderno. Desenvolveu, no MEC, a idéia do ensino supletivo, de que se originou, por exemplo, o CESAS – Centro de Ensino Supletivo da Asa Sul.\r +


Áreas de atuação
  • Matemática

Resumo

O professor Roberto de Araújo Lima inicia o seu depoimento falando de sua experiência de trabalho no ensino pioneiro, de primeiro e segundo graus, aqui em Brasília, que, no seu caso, se estende de 1960 a 1968, sendo por ele considerada uma experiência “muito interessante e muito rica”.\r + + + +
Relembra as circunstâncias de sua vinda para cá e, em especial, como foi convencido pelo professor do qual era assistente na Faculdade Fluminense de Filosofia de que se tratava, efetivamente, de implantar um sistema educacional com o qual sempre sonhara: inovador e de qualidade.\r + + + +
Revela, ainda, ter trabalhado sob as ordens do doutor Anísio Teixeira durante certo tempo, tendo tido a oportunidade de conhecer seu ideário, o que foi fundamental em sua decisão de vir. Refere-se a esse sistema educacional pioneiro como algo extremamente válido, na medida em que se propunha a formar o cidadão completo, o aluno para a vida e para o trabalho. Era essa, a propósito – segundo revela em outro ponto da entrevista – a sua concepção sobre educação: um ensino com objetivos práticos. Revela, também, seu pensamento acerca de ensino superior, argumentando que a universidade deveria ser reservada para pessoas especiais, pessoas pensantes. Lamenta que essa concepção de educação não se tenha consolidado, em particular no Elefante Branco, ou seja, que não se tenha prolongado como experiência.\r + + + +
No plano acadêmico, a par da licenciatura em Matemática, informa ter feito Arquitetura na UnB, numa situação curiosa: ao mesmo tempo professor e aluno. Refere-se à sua formatura e a um episódio - que detalha - de explícita rebeldia. Relata sua experiência docente, inclusive como orientador de turma e como coordenador de Matemática e Ciências, além de sua participação na formação de um ‘clube de Ciências’.\r + + + +
Fala dos desafios que aceitou, como a montagem dos ginásios em Taguatinga e no Núcleo Bandeirante, em meio a muita luta, a um grau de improviso considerável, a muitas dificuldades, mas resguardando sempre o propósito de “formar gente para a vida e para o trabalho”. Fala do ‘ginásio moderno’ e do ginásio que montou à base de semestres letivos, inicialmente com apenas dois professores; fala da luta, dos desafios, da ruptura com a Secretaria de Educação, de sua ida para o colégio Setor Leste. Fala, por fim, de seu envolvimento com o ensino supletivo e da criação de um centro específico dessa modalidade de ensino.\r + + + +

Local da entrevista: Brasília - DF

Palavras chave

Observação


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