Entrevistado:

120.2.R5 - Raimundo Nonato da Silva

Data da entrevista: 07/10/2009

Entrevistadores(as): Responsáveis pela transcrição de materiais: Revisores da transcrição de materiais:
Função, Escola, Período

Biografia

O professor Raimundo Nonato da Silva, conhecido como Nonato Silva, seu nome literário, nasceu em Barra do Corda, Maranhão, em 1918. Cursou primário e ginasial em sua cidade, transferindo-se para um seminário católico de Fortaleza, onde fez o clássico.\r +
Cursou, ainda em Fortaleza, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, licenciando-se, sucessivamente, em Letras Clássicas e Letras Neolatinas.\r +
Na Universidade de Bolonha, Itália, fez o doutorado em Filologia Românica e também em Direito Civil e Canônico, simultâneamente. Na Academia Santa Cecília, de Roma, fez curso de música, com especialização em regência de orquestra e coro.\r +
Voltando ao Brasil, depois da Segunda Guerra Mundial, entrou para o magistério – História – e fez jornalismo na Faculdade de Ciências e Letras do Distrito Federal (à época, Rio de Janeiro), da Universidade do Brasil.\r +
Tendo ingressado no Ministério da Educação, foi requisitado pelo Dr. Ernesto Silva para fazer as relações públicas da nova capital, Brasília, através da NOVACAP. Sendo jornalista formado, incumbiram-no de editar a Revista de Brasília, que inicialmente seria um Boletim e, por sugestão sua, transformou-se nesse prestigioso veículo de comunicação, em particular da marcha da construção da capital. Esteve à frente da publicação, do número 1 ao 81.\r +
Tendo chegado a Brasília no dia 12 de outubro de 1956, já no dia 23 do mês seguinte estava na NOVACAP. Admite ter vindo por uma questão de “vocação para o desenvolvimento”.\r +
Foi diretor do INEP, fundado por Anísio Teixeira. Foi Coordenador de Legislação e Normas do Ministério da Educação. Foi assessor de diversos ministros, diversas diretorias do Ministério e integrou inúmeros Grupos de Trabalho. Ao se aposentar, deixou mais de três mil pareceres, devidamente homologados. Foi o introdutor da universidade aberta no Brasil, com o ensino a distância. Lecionou no Elefante Branco, onde foi coordenador do ensino de Língua Portuguesa, no CEMAB (Ave Branca), de Taguatinga, e na Escola Normal de Brasília.\r +


Áreas de atuação
  • Língua Portuguesa

Resumo

O entrevistado apresenta-se, com nome completo, naturalidade e data de nascimento, formação escolar e acadêmica, ingresso no magistério, como professor de História, colocação no Ministério da Educação, na Inspetoria de Ensino. \r + + + +
Relata, a seguir, o seu interesse, pessoal e como docente, pela questão da mudança da capital do Brasil; realiza pesquisas em torno desse propósito.\r + + + +
Fala do convite recebido para exercer função de relações públicas, em nível oficial, da nova capital e como, já contratado pela NOVACAP, sugeriu ao presidente da companhia a edição de uma revista ilustrada, em vez de um simples Boletim, para divulgar todos os aspectos da construção e adicionar informações sobre a vida social, em meio àquela saga histórica. Foi assim o editor da Revista de Brasíla, de seu primeiro número até a edição de nº 81.\r + + + +
Refere-se, como pioneiro, tendo aqui chegado em outubro de 1956, aos primeiros núcleos habitacionais; à ausência de estradas; à poeira e lama que se alternavam na paisagem; às primeiras aulas, debaixo de árvores; às primeiras escolas; à chegada das novas professoras; aos acampamentos.\r + + + +
Menciona, em seguida, o empenho da NOVACAP em fazer da educação em Brasília algo compatível com os propósitos de modernidade e excelência da nascente sede de governo, e, em consequência, o esforço em atualizar, qualificar, especializar, aperfeiçoar as novas mestras que iam aderindo ao sistema.\r + + + +
Ainda no terreno da educação, refere-se a Anísio Teixeira, seu ideário, seu plano de educação para Brasília. Fala do ensino integral; da escola-classe e escola-parque; das escolas dentro das quadras; da criação do Centro de Ensino Médio (Elefante Branco) e, posteriormente, outros centros; da escola Júlia Kubitschek e sua criminosa destruição; da preservação propiciada pelo Museu da Memória Candanga na área do antigo hospital JKO.\r + + + +
Recorda do ensino nas escolas confessionais, com a proibição de turmas mistas e como isto depois foi revogado, diante da realidade populacional e das necessidades de Brasília, só voltando por razões didáticas.\r + + + +
Refere-se, ainda, à criação da UnB e, concomitantemente, da instituição dos primeiros estabelecimentos de ensino superior privados na recém-fundada capital.\r + + + +
Relembra alunos que se destacaram nos meios social, educacional, político, jurídico de Brasília. Rememora as experiências representadas pelo CIEM e pela Escola Agrotécnica de Planaltina, em especial. Reporta-se ao ensino técnico e relata observações feitas em viagem de estudos ao Japão.\r + + + +
Focaliza as leis básicas da educação nacional, em particular a 5692, de cuja formação participou mais ativamente, por sua presença no MEC, em função de assessoria.\r + + + +
Detém-se longamente na análise do modelo educacional de Anísio Teixeira, com a adesão majoritária dos docentes e gestores da educação até a revolução pelo menos. E aos seus méritos, expressos, principalmente, nos índices de aprovação, na UnB, de alunos egressos do Elefante Branco.\r + + + +
Comenta, discretamente, os efeitos da revolução sobre parte do corpo docente de Brasília, não apenas em nível universitário. Dedica praticamente toda a não pequena fase final de sua entrevista ao relato da verdadeira luta para implantação, no Brasil e em particular em Brasília (UnB), da chamada universidade aberta, leia-se educação a distância.\r + + + +

Local da entrevista: Brasília - DF

Palavras chave

Observação


Voltar