Entrevistado:

120.2.M8 - Márcia de Sousa Almeida

Data da entrevista: 11/04/2006

Entrevistadores(as): Responsáveis pela transcrição de materiais: Revisores da transcrição de materiais:
Função, Escola, Período
Função Escola Período
Professor(a) CASEB
Professor(a) ESCOLA CLASSE 308 SUL
Professor(a) ESCOLA JÚLIA KUBITSCHEK

Biografia

Márcia de Sousa Almeida, professora pioneira do ensino público na nova capital do Brasil, tendo feito concurso para a ‘cadeira’ de música do Elefante Branco, sendo então designada para trabalhar com o professor Reginaldo de Carvalho, coordenador da área. Ajudou a formar o clube de música (naquela época, foram constituídos diversos ‘clubes’ dentro do CASEB e do Elefante Branco, segundo áreas específicas de conhecimento e de interesse). De Uberaba – MG, trouxe músicos cegos extremamente pobres, que conheceu no Instituto de Cegos da cidade. Músicos esses que, mediante concurso, ingressaram na Fundação Educacional. Destaca João Tomé, de reconhecido valor musical e pessoal. De Belo Horizonte, mais especificamente da unidade militar que seu marido havia comandado, trouxe doze meninos-militares que se tornaram professores, por concurso também, do Elefante Branco, entre os quais destaca-se Benito Juarez, considerado o maior regente da América do Sul. Casada com parlamentar, obteve da Novacap, com a interferência do marido, o lote onde hoje se acha instalada a Escola de Música de Brasília. É, desta forma, precursora daquele estabelecimento. Posteriormente, ainda no Elefante, conquistou a ‘cadeira’ de Estudos Sociais. Aposentou-se como técnica em assuntos educacionais, atuando no Departamento de Ensino Médio do Ministério da Educação.


Áreas de atuação
  • Música

Resumo

A entrevistada, professora Márcia de Sousa Almeida, relata, ao longo da entrevista, aspectos da sua vivência pessoal e profissional, como pioneira de Brasília e como professora pioneira do sistema educacional implantado no início da nova capital brasileira, especificamente sua presença no departamento de música do Elefante Branco. Começa por abordar uma questão polêmica: a composição de turmas, no ensino público, de acordo com o nível social das famílias. Relata o seu esforço, como professora, para eliminar, em sala de aula, essa questão da discriminação. Fala, a seguir, da relação de carinho, amizade, confiança com as suas alunas – que chama “minhas meninas” – distribuindo conhecimento musical, cultura e, ao mesmo tempo, ajuda, em situações específicas. Revela as oportunidades que concedeu a músicos do Instituto dos Cegos de Uberaba, aos meninos-militares de uma unidade de Belo Horizonte, possibilitando aos mesmos o ingresso no ensino público de Brasília, via Fundação Educacional e Elefante Branco. E como isso se transformou, de certa forma, no embrião da Escola de Música de Brasília. Conta o apoio que pode dar ao diretor Gildo Willadino, principalmente na parte disciplinar. Menciona sua ida para o Ministério da Educação, como técnica em assuntos educacionais, vindo a trabalhar com o professor Armando Hildebrand no departamento do ensino médio, onde, por sinal, se aposentou. Ainda na fase do Elefante, comenta sobre os ‘clubes’, inclusive o de música – que ajudou a constituir – sobre o cotidiano do ensino pioneiro, sob inspiração de Anísio Teixeira, mencionando a prática de coordenação: como se processava e qual a relevância no contexto de um ensino de qualidade. Fala da apresentação de um coral no Eixo Monumental – no arco entre a rodoviária e o Hotel Nacional – sob a regência de Reginaldo de Carvalho, com a participação de, praticamente, todo o sistema educacional do Distrito Federal, no segundo aniversário de Brasília. Fala das reuniões que promovia em sua residência, com o intuito de ajudar os colegas docentes a suportar a solidão e a distância de suas origens. Comenta sobre a invasão das casas, promovida pela Associação dos Professores, e de sua intenção de favorecer uma colega então grávida. Completa com a exposição de um trabalho sobre a bandeira do Brasil, que chamou a atenção na época.

Local da entrevista: Brasília - DF

Palavras chave

Observação


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